
Depois de algum tempo de paralisação, o Tribunal do Júri de Eunápolis, reiniciou a pauta de julgamentos de 2016, com a 1ª condenação do ano.
No dia 28/01/2007, por volta das 16hs, o jovem Rogério Cesar Pereira Vargens, o “Quelezinho”, depois de tomar meia caixa de latinhas de cerveja, foi dar uma refrescada na “carcaça” no Parque Ecológico do Gravatá, ao chegar ao local deu de cara e, não é para se espantar, pois o parque que foi criado para dar lazer para o cidadão eunapolitano, ainda conta com pessoas que vão fazer a sua caminhada em volta da lagoa, mas também encontram pessoas que vão fazer uso de drogas e realizar pequenos assaltos, como o que aconteceu recentemente quando uma moto foi tomada de assalto bem perto do parque.

Mas o jovem Rogério, ao chegar no parque viu que dentro d’água haviam um rapaz e duas moças, o rapaz, saiu da água e pediu a Rogério um cigarro no que foi atendido, ao terminar de fumar o cigarro pediu outro e logo após pediu o maço de cigarros e, Rogério negou. Nesse instante, o jovem o fumante sem grana para alimentar o seu vício, sacou de uma faca e tentou atingir Rogério na barriga, não conseguindo, quando Rogério se virou para correr, levou uma facada na perna direita. Talvez levado pela embriaguez, Rogério se virou e acabou tomando a faca de Joelmo Silva Santos 27, e acabou atingindo Joelmo várias vezes, num total de 8 furos de faca, e possivelmente o último, a faca ficou encravada no pescoço de Joelmo lhe causando a morte, sendo que Joelmo morreu com a metade do corpo dentro d’água e a outra metade do lado de fora da lagoa.

Rogério, também ferido após ter matado Joelmo encaminhou para o mato onde ficou desacordado até a polícia chegar e leva-lo para o HRE onde foi socorrido e ficou internado, no dia 30 do mesmo mês às 11 hs, Rogério ao receber alta foi preso em flagrante pelo homicídio. Porém de acordo com as audiências realizadas, no dia 19/07/2017, Rogério recebeu o direito de aguardar o julgamento em liberdade, respondendo a todas as intimações, isto pelo fato de nunca ter tido =nenhuma passagem pela policia, ser trabalhador e ter endereço fixo.
Mas neste dia 14/03, indo a julgamento mesmo ausente, por não ter sido encontrado, Rogério teve contra si o Estado na pessoa do Promotor Dr. Dinalmari Mendonça que buscou em todo processo, atenuantes que pudesse levar Rogério á prisão, dando conta de que, mesmo tendo sido atingido primeiro, ao tomar a faca do seu agressor, usou excesso de força, excesso de facadas 8 ao todo, empregando meio cruel para neutralizar o seu agressor causando lhe a morte, embora sendo um homicídio simples, precisa pagar pelo seu crime, atuando tecnicamente, Dr. Dinalmari, pediu a condenação do réu.

Da mesma forma, muito técnico, e buscando todos os meios para convencer os jurados, ao todo 3 homens e 4 mulheres, de que o réu, era apenas mais uma vítima do que um réu e, que, como trabalhador não merecia ser condenado, a defesa na pessoa do Dr. Antônio Pitanga, não buscou entre os jurados apenas um convencimento banal, mas sim o convencimento dentro dos autos do processo que determinava a “legítima defesa” do réu em questão, esperava –se que não haveria réplica e nem tréplica, estas aconteceram e, da mesma forma tanto o representante do MP e da defesa retornaram buscando cada um suas alternativas.

Terminados os debates, jurados, acusação, defesa e o presidente do júri foram para a sala secreta e em pouco tempo, decidiram sobre o destino de Rogério, este foi condenado em regime semi-aberto a 6 anos de cadeia, como réu ausente terá de se apresentar rápido a justiça, para continuar obtendo esta regalia. Atuaram na presidência do júri Dr. Otaviano Sobrinho, na acusação Dr. Dinalmari Mendonça e na defesa Dr. Antônio Pitanga. Como sempre, a justiça é feita com justiça, portanto, mais uma vez o Tribunal de Justiça de Eunápolis, ainda sem nome, dentro do possível, está buscando ir aos poucos, eliminar todos os processos existente no cartório da 1ª vara crime.
FOTOS: PBarbosa / rota51.com