
Nesta 6ª feira 15/07 foi julgado no fórum de Eunápolis, (ainda sem um nome), o réu Demerval Pereira da Costa, que, em 23/02/1987, matou com vários tiros Naer José Ferreira, mais conhecido como “Sula”, após desconfiar que a mulher com quem morava, Maria das Graças de Jesus, mais conhecida como Sinha, o traía com Naer, Demerval, se mudou de onde morava, á época Cajuíta, município de Guaratinga, que, por se sentir ameaçado por Naer, ao encontrar o seu desafeto em Eunápolis, na antiga Maria Amélia, após breve diálogo: “ rapaz eu me mudei de Cajuíta, como medo de você e você continua me perseguindo?” desta discussão, Naer foi andando e entrou no restaurante Santos, e colocou em cima da mesa um pacote e ao virar para o denunciado, este o atingiu com vários tiros de revolver, tendo Naer ido a óbito no local, Demerval fugiu para Nanuque onde foi preso e recambiado para Eunápolis.

Porem em sua defesa, Demerval disse em depoimentos que, Naer, tentava receber uma dívida existente entre Demerval e sua ex esposa e, que já tinha visto Naer e Sinha juntos em Eunápolis, e sempre que podia, Naer fazia ameaças a Demerval e, já tinha ido atrás dele por 3 vezes, Demerval sempre dizia ter medo de Naer por serem os dois díspares em tamanho e corpo, já que Naer era bem mais forte.
Na acusação mais uma vez, o promotor da 1ª vara crime, Dr. João Alves, ao iniciar sua exposição dos fatos, disse que, Demerval não era tão inocente assim pois espancava a mulher durante o dia e á noite ainda a queria, bonita, cheirosa e pronta para satisfazer seus desejos, advindo daí a separação, isto além do ciúme doentio.

Dr. João disse que Demerval, em nenhum momento demonstrou arrependimento de seus atos, pois, ele bem poderia ter assentido a execução do crime, mas dizer que estava arrependido e que nunca mais faria a mesma coisa, Dr. João, ouviu as testemunhas de defesa e no seu tempo disse que todos mentiram e, acrescentou que Demerval não é um criminoso nato, mas é perverso e, assim desfilou diante dos jurados, pontos específicos da acusação, e como tese de acusação disse ser este um homicídio simples, e que deixava aos jurados, o direito de julgar e condenar o réu.
Já a defesa, na pessoa do advogado Dr. Humberto Telles de Almeida, vindo de São Paulo exatamente para defender o seu cliente, ao argumentar para os jurados, afirmou que Demerval teve contra ele, somente duas pessoas e uma delas é irmão da vítima, e que no dia do crime, Demerval tinha ido ao Bamerindus realizar um depósito de mais ou menos 8 mil cruzeiros, e ao ir ao restaurante, encontrou com Naer e, ele já com muito medo, ao ver Naer fazer um movimento, Demerval sacou do revolver e matou Naer que à época era vereador em Guaratinga. Dr. Humberto disse ainda, que Demerval depois deste incidente, casou-se tem dois filho e nunca mais se envolveu em outra situação crítica. De acordo com a defesa, Demerval exerceu o direito de legítima defesa putativa, ou seja, já que ele tinha tanto medo de Naer, qualquer movimento para ele seria um, princípio de agressão e foi isto que aconteceu. Dr. Humberto, por não conhecer Eunápolis, buscou no processo o nome das ruas da cidade, principalmente onde aconteceu o crime, fotografou as ruas e procurou mentalizar o acontecido há mais ou menos 30 anos atrás, para com isto, poder idealizar uma defesa específica para o seu cliente.

Em mais este julgamento, viu a experiência da acusação, detalhista e minuciosa, muito técnica, atendo-se ao processo, na busca que mais uma vez a justiça prevalecesse. Como não houve réplica e nem tréplica, os jurados foram levados à sala secreta e lá deliberaram a sorte de Demerval, depois de quase hora e meia, já no salão do júri, o juiz presidente Dr. Otaviano prolatou a sentença; Demerval pegou 6 anos de reclusão, mas em regime semi aberto, ficando agora a defesa, entrar com os devidos recursos em favor do seu cliente.

Ao final de mais este julgamento, Dr. Otaviano, elogiou a todos, desde o advogado de defesa, até os jurados, recomendou aos policiais presentes que levassem ao comando da 7ª CIPM, os melhores agradecimentos, e dirigindo-se ao Dr. João Alves, dando conta que Dr. João em Eunápolis equipara-se aos operadores da Operação lava jato, pela forma como busca a justiça, se a lava jato combate a corrupção, em Eunápolis Dr. João vem fazendo isto há muitos anos, na busca de fazer com que a justiça seja uma pedra fundamental para a solidificação da sociedade eunapolitana, pois Dr. João sempre busca punir as mazelas existentes. Depois de fazer as ponderações a todos, a sessão de mais este júri foi encerrada, agora nova semana nacional do júri será em 08 de agosto de 2016. Mais uma vez a cobertura exclusiva do judiciário eunapolitano foi do rota51.com.
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