
A convocação geral foi do coordenador do MTI Movimento dos trabalhadores Independentes, Uedson Souza, o Gazo, que vem brigando incessantemente contra a violência instalada no extremo sul da Bahia, do grande poder econômico contra posseiros que querem, apenas um pedação de terra para trabalhar, e como disse iniciando a audiência, o que o trabalhador rural, o homem do campo ou o acampado quer, é apenas um pedaço de terra, para que ele possa trabalhar a terra e, sobreviver dela.

Já o Presidente do STTR, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Eunápolis, que se pretende é acabar com a violencia do grande latifundiário contra o pequeno produtor rural, que vem com muita dificuldade, tentando se instalar definitivamente na terra e não está conseguindo. Tico disse que, enquanto não houver um consenso entre os poderosos e o pequeno produtor rural, os conflitos vão continuar. Por outro lado a reportagem do rota51, ao perguntar a Tico o porque, que o

STTR não se envolve mais diretamente nestes conflitos onde até vidas já foram tiradas, Tico saiu pela tangente, mas não deu uma resposta convincente. Depois Tico ao falar de outros movimentos como MTI; URC; MRC FETAG e CONTAG, falou que todos votam e elegem o Congresso Nacional para depois eles voltarem contra a agricultura familiar.
O representante do MRC Jaelson Ferreira, disse que a luta é uma constante e apoia totalmente a atitude de Gazo que defende os trabalhadores rurais e, que não é preciso nenhum projeto piloto, o que é necessário é um pedaço de terras para os trabalhadores rurais e que já tem 30 anos que ele está nesta luta.

Antonio Carlos do URC disse que os órgãos federais perderam o crédito, pois só dão ganho de causa para a Veracel, mas que novas atitudes deverão ser tomadas, Antonio Carlos disse que uma ação na justiça contra a Veracel, a desembargadora que julgou o mérito da questão, arquivou o processo e entrou de férias. Também foi dito que no Brasil países estrangeiros detém um grande pedaço de terra e que tudo está catalogado, mas para o brasileiro a dificuldade é muito grande em ter um pedaço de terra e, o que os movimentos querem é terra para ser trabalhada, mas que estamos num país livre com o povo escravo, pois o tomate e o alface que é consumido aqui vem de Vitória ES, por ouro lado, Antonio Carlos criticou o governo de Dilma, que eles não estão invadindo não, eles estão ocupando espaços, até que o governo decida tomar uma atitude e regularizar o direito da terra.

Depois foi a vez do cacique “Macuco” da aldeia Aroeira de Santa Cruz Cabrália, que utilizou da audiência pública, onde o assunto principal era “direitos Humanos” e fez severas críticas contra a delegada de Cabrália, Dra. Teronite, e diante de uma plateia de aproximadamente 300 pessoas acusou a delegada de “prisão ilegal”, pois quando um índio está conversando com outro índio ou outra pessoa e, que é preso por estar de posse de uma pedaço de maconha, até mesmo para seu uso próprio, os índios são presos, e na delegacia uma quantidade maior é plantada, para que o índio seja flagranteado como é o caso do seu filho e de seu cunhado e, outros índios também presos, (será feita á parte, uma matéria sobre este assunto, por se tratar de um tema muito complexo e uma denúncia muito grave). Junto com o cacique Macuco, também falaram a índia Taquarina e o índio Gilmar.

Mas antes de iniciar a audiência, a reportagem do rota51.com falou com o deputado Marcelino Galo, que o 1º superintendente de assuntos fundiários no governo Lula em 2003 e trouxe pela 1ª vez o INCRA à região, mas também criticou a atitude do INCRA-BA, que embora tenha sido convidado, ao que tudo indica se negaram a vir e, se fazer presente, nesta audiência, ação esta que foi criticada por todos que usaram a palavra, dando conta de que o INCRA entidade do Gov. Federal deveria estar presente, mas irresponsavelmente foi o grande ausente.

Durante os discursos, falaram também o Tnte. Alex Lima representando o comando da 7ª CIPM, dando conta de que os policiais envolvidos de forma inadequada e particular nos assuntos dos sem terras, estão sendo investigados e alguns punidos e que a orientação do Major Cleber é exatamente manter um bom relacionamento com os agricultores, agindo sempre dentro da lei, evitando o máximo possível os conflitos, sempre no sentido de manter a paz no campo.

O representante da Casa Militar do Governo do Estado, o Cap. Penna, disse que sempre cumpre determinações superiores e os conflitos da terra, ele sempre tem participado e conhece de perto todos os representantes dos vários acampamentos que, determina de a cor4do com o que lhe é determinado, mas a busca pelo fim dos conflitos, diálogos entre todos, é sempre uma prerrogativa do governo junto com os acampados, seus coordenadores e a justiça e, que ele não pode fazer o contrário do que a justiça determina, e portando algo em que ser feito para um fim pacífico entre todos.

Depois falou a representante do FTL, Frente dos Trabalhadores Livres da Itapebi, que mais uma vez criticou a Veracel, depois apresentou uma companheira, a Rose como grande perseguida, e criticou também o INCRA, e a ausência de uma ouvidoria agrária, e a falta de respeito aos vários ocupantes de áreas do governo na Bahia. Criticou alguns PMs do lado capitalista, o INCRA e o EBDA, quanto aos policiais, ela se referiu a PMS que protegem fazendas, fazendo segurança pessoal de fazendeiros. Pelo MST Valdemar de Assis, fez as mesmas denúncias e disse ter documentos que demonstram estas atitudes e que já fez sérias denúncias em relação ao fato, Valdemar disse que os agricultores precisam é de parceiros e não inimigos no campo.
Mais uma vez, esteve presente o vereador Lucas Leite, grande incentivador das questões agrárias, também representando o legislativo eunapolitano. Já terminada a audiência, onde também, o Presidente da Assembleia Legislativa foi o grande criticado, quando todos disseram que quem precisa deixar o poder é Eduardo Cunha PMDB, quando foi denunciado de que mais ou menos 60 milhões de reais em contas estrangeiras estão em seu nome, e que Dilma não merece ser igualada a ele, porém as criticas foram feitas sobre o Governo Dilma que envolve muita gente, inclusive o próprio Cunha que é da base aliada.

O trabalho do Deputado Marcelino Galo foi ouvir a todos os representantes de todos os segmentos rurais, fazer as suas intervenções como mediador, mas afiançou a todos os presentes que, um relatório específico sobre as questões existentes na Costa do Descobrimento e no Extremo Sul da Bahia, com relação a extermínio de acampados, será levado á cúpula dos Direitos humanos da Bahia e em Brasília, para ver o que deverá ser feito de imediato, para que coisas desta natureza sejam evitadas, inclusive com uma atuação mais séria e eficaz do próprio INCRA. Depois o Deputado foi ouvir as denúncias dos índios e os pedidos de socorro de todos eles, com denúncias e tudo. Matéria especial será feita inclusive com fotos dos denunciantes e o deputado. Depois que o deputado Marcelino Galo ouviu os índios, ele recebeu Mauro coordenador do projeto Baixa Verde, onde ouviu deste reclamações e pedidos para benefícios do projeto que ele coordena, é neste momento que Tico deveria estar presente, já que o Baixa Verde pertence a bandeira da FETAG e Tico é um dos seus maiores representantes no extremo sul da Bahia.
FOTOS: PBarbosa