
O primeiro júri, sem a cobertura do rota51.com foi nesta 2ª feira, quando o réu Osmundo Goes Souza, foi absolvido a pedido do Promotor Dr. Dinalmari Mendonça Messias, o júri que começou por volta das 09 horas terminou no meio da tarde.
Já nesta 3ª feira, tudo começou por volta das 08h30, com a escolha dos jurados, a leitura pelos jurados da súmula do julgamento, para então iniciar os trabalhos com mais uma oitiva do réu, para então o Ministério Público se manifestar e iniciar a acusação do réu.
Consta do processo que o réu Alexandre Dias de Azevedo, mais conhecido como “Xande”, no dia 27/02/2014, por volta das 19hs, na rua Canta Galo no Pequi, matou com 3 tiros André Costa Teixeira, crime este, por motivo de vingança, quando Xande namorava com a jovem Juliana de Jesus Brito, que passou a ser paquerada por André, e por motivos de ciúmes, Xande acabou matando André pelas costas, disparando todos os ritos na região da cabeça, sem dar nenhuma chance de defesa para a vítima, sendo que depois Xande deu o revolver para Rodrigo mais conhecido como “bufa peixe” guardar, este entregou para Dione e depois para Rafael com quem a arma foi apreendida.

Todos os envolvidos no crime, foram ouvidos, desde Xande até o menor com quem a arma foi apreendida, sendo a principal testemunha Juliana que foi quem viu como tudo acontece, sendo que a delegada Dra. Elizabeth Salvadeo foi quem fez as oitivas e também a Xande, que disse ter confessado por ter sido torturado e depois acabou confessando o crime.
Na acusação, Dr. João Alves cumprimentou a todos, mostrando aos jurados que há muito ele não vê uma pessoa honrada ser julgada por um deslize, como por exemplo em defesa de seu patrimônio e exemplificou, “um pai ter que matar outra pessoa, por ver a sua filha sendo estuprada”, mas ele explorou todos os detalhes do processo, mostrando ao júri que Xande, há muito pertencia a uma gang de traficantes e, que tinha como performance pessoal que, o que era dele, era dele, e Juliana era um dote pessoal seu e, que ninguém tinha o direito de tocar, já que ele vinha ameaçando a vitimas há algum tempo e, depois que ele matou André, ele entregou o revolver para o menor guardar dizendo “guarda aí que poquei um ali agora”. Xande foi preso e ficou 1 ano e 5 meses na cadeia até o dia do seu julgamento. Dr. João disse 2ue Xande foi preso ainda menor por estar em uma casa onde tinha drogas, e que pelo seu linguajar, já estava na vida há muito tempo; para ele, comédia é o que faz rir, para Xande é uma dívida; para Xande pocar é matar e pino é droga.

Para Dr. João, o crime é um homicídio duplamente qualificado, motivo torpe, meio cruel e sem ter dado chances a vítima de se defender. Para Dr. João, quando se compra um carro, e estre vem com defeito, troca-se a peça e Xande já veio com defeito de fábrica e não tem peças a serem substituídas, pois ele não tem respeito pela vida de ninguém, Dr. João buscou dentro do processo e é o que ele pode usar, todas as informações possíveis para que Xande fosse condenado, dizendo que ele não gostaria de trocar de lugar com a vitima, e que se ele tivesse sido morto, o seu assassino também teria o mesmo julgamento. Dr. João disse que o alto grau de violência e criminalidade do país, é culpa do Congresso Nacional pois as leis são feitas, para os congressistas e não para a sociedade, isto pelo fato deles terem medo de um dia terem de se assentarem na mesma cadeira que outros réus assentam. Dr. João disse que os pais de Juliana tiveram de retira-la da cidade, pois ela também havia sido ameaçada de morte pelo ex namorado, que a tinha como propriedade exclusiva sua.
Terminado o tempo da acusação houve pausa para o almoço e depois foi a vez da defesa, exibir o seu arsenal de provas, recursos, informações, para que o seu cliente, tivesse um julgamento justo e com uma pena bem pequena, já que ele era réu confesso e sobretudo, o crime foi cometido sobre forte teor emocional, já que Xande agiu em defesa do seu sentimento por Juliana. A defesa como sempre muito bem estrutura, mais uma vez teve na pauta de julgamentos, um dos mais experientes juristas e criminalista muito respeitado, Dr. Fabrício Ghill Frieber.

Dr. Fabrício também buscou nos autos do processo, as mesmas informações passadas por Dr. João dando conta de que o promotor, so mostrou o que era interessante para ele, na intenção de incriminar o seu cliente, como por exemplo, Dr. Fabrício, argumentou que muito se falou de Juliana e que se ela era tão importante assim porque o MP não a trouxe para novos depoimentos? Pois como testemunha ocular do homicídio, o MP deveria tê-la intimado para depois e não o fez. Diante das acusações feitas pelo MP, Dr. Fabrício disse que se transformou em um “João bobo”, aquele que bate, ele cai e depois volta, Dr. Fabrício disse que, mesmo caindo e voltando ele continuaria a bater na mesma tecla, dando conta de que o seu cliente, não é uma pessoa tão ruim assim e, que merecia por parte de júri um julgamento mais humano e condescendente e, que ele nunca instruiu Xande o que deveria ou não falar, mas que quando falasse, dissesse a verdade, pois, por mais cruel que fosse a verdade, sempre o ajudaria.
Dr. Fabrício fez aos jurados, uma exposição de fatos, mostrando dentro do processo, falas, testemunhos, mas sempre dizendo que seu cliente seria condenado, mas que ele gostaria que sua pena fosse mais branda.
Houve breve recesso, Dr. João veio a réplica, e como ele não pode mudar seu campo de atuação, ele apenas reforçou sua acusação e desta vez, usando alguns ponto usados na defesa, buscando mostrar que o réu, na realidade merecia uma julgamento justo, porém com uma pena mais justa ainda. Na tréplica a defesa, também usou alguns pontos que ele considerou negativos, dizendo inclusive que, depois de matar André, Xande ainda na rua Tupis, no Pequi, encontrou Juliana e nada fez, dando a entender de que a noticia de que ele mataria Juliana era falsa.

Terminada a tréplica, o Juiz Presidente, procurou saber dos jurados se eles tinham alguma dúvida e diante da negativa dos mesmos, todos foram encaminhados para a sala secreta, para a votação dos quesitos preparados para este julgamento.
Por quase duas horas todos deliberaram sobre o julgamento, tanto pela defesa como pela acusação, e no final, todos retornaram ao salão do júri, e então o Juiz Presidente Dr. Otaviano sobrinho leu o veredicto: “ Xande teve ao seu favor algumas atenuantes, como também contra, e diante dos fatos, Xande foi condenado 16 anos e 8 meses de prisão, em regime inicial fechado e devido a sua periculosidade, não foi dado o direito em esperar em liberdade o recurso, além da pena, ainda terá de pagar as multas e custas do processo. Novo julgamento nesta 4ª feira a partir das 08h30m, no Tribunal de Justiça de Eunápolis av Artulino Ribeiro Bairro Dinah Borges.
FOTOS: Pbarbosa